
Reguladores falam sobre 5G, carga tributária e infraestrutura no 5G Americas Summit durante Futurecom
Aconteceu no último dia 5 deste mês, durante o Futurecom, o 5G Americas
Wireless Technology Summit, evento realizado pela 5G Americas em parceria com o
Futurecom para disseminar conhecimento sobre tecnologia da informação e das
comunicações (TIC). Ao todo foram 3 painéis, uma palestra e abertura e
encerramento, ambos realizados pelo diretor da 5G Americas para América Latina
e Caribe, Jose Otero. A palestra ficou a cargo de Martha Suárez, presidente da
Agência Nacional de Espectro da Colômbia, ANE, que reforçou que “o principal
desafio atual é transformar todos os setores através da tecnologia”.
O painel principal foi composto pelos reguladores Manuel Emilio
Ruiz, Diretor da Superintendência de Telecomunicações da Costa Rica, Manuel
Muñoz, Diretor Geral de Regulatory e International Affairs do MTC do Peru,
Agostinho Linhares, Gerente de Espectro, Órbita e Radiodifusão da Anatel do
Brasil, e Martha Suárez, Diretora da Agência Nacional de Espectro (ANE) da
Colômbia.
O representante da 5G Americas na América Latina e Caribe, Jose
Otero, que moderou o painel, apontou um problema hoje enfrentado pelo setor com
relação à carga tributária, no qual as operadoras se deparam com taxas
excessivas de impostos que geram obstáculos para o desenvolvimento do mercado.
Agostinho Linhares, da Anatel, comentou que "algumas coisas precisam
ser mudadas na lei, no regulamento da Anatel, como o preço do espectro. Estamos
trabalhando para diminuir o preço que as operadoras precisam pagar pelo
espectro. Por que isso evita que elas tenham que pagar juros e repassem isso
para os usuários. Menor preço equivale a mais usuários e resulta em crescimento
da economia”.
Outro ponto também abordado pela agencia brasileira foi de que as
universidades apresentam um papel muito marcante neste cenário de
desenvolvimento rumo à tecnologia 5G. O Brasil já está inserido neste contexto,
“a Inatel por exemplo, está desenvolvendo um modem 5G. Então é uma
tecnologia nacional que está participando das discussões internacionais para
definição do que será o padrão da 5G. Por isso acreditamos que é preciso contar
com uma participação forte dessas universidades e de treinamento das pessoas.
Cada tecnologia possui novidades e inovações. Neste cenário, a indústria tem um
papel importante para treinamento dos técnicos e as agências reguladoras
precisam ser eficientes para um crescimento sustentável deste mercado e não uma
barreira de entrada”, complementou Linhares.
Quem também reforçou a mensagem da importância do treinamento para
obtenção de mão de obra qualificada foi Manuel Emilio Ruiz, da SUTEL da Costa
Rica, que apontou programas desenvolvidos pelo país para contribuir na área.
Ele também lembrou que “um problema existente é uma conotação de que as
tecnologias são masculinas, o que é um mito de que as mulheres não são aptas
para este mercado, o que na verdade é totalmente o contrário, a indústria das
telecomunicações representa 3% do PIB e oferece 12 mil postos de trabalho na
Costa Rica, onde apenas 25% são mulheres, esse número precisa aumentar, em
nosso país existem projetos para envolver mais mulheres neste setor e, embora o
número de participação ainda seja baixo, tem aumentado nos últimos dez anos”.
Manuel Muñoz, do MTC Peru, firmou sua participação e disse que no tema das TIC, o fundamental é contar com uma infraestrutura adequada. “No caso peruano, tenho algumas experiências, no caso dos usuários: existe a necessidade de mais banda larga e de uma melhor oferta de serviços. Já no caso das operadoras há necessidade de instalação de infraestrutura. Temos uma lei de antenas, é um trabalho conjunto que precisa ser organizado, precisamos apoiar o investimento, mas também precisamos que o operador tenha consciência de como chegar no consumidor final. É importante a propagação das vantagens da tecnologia e dos benefícios que trazem”.
Fonte: 5G Americas